praça da
Liberdade sendo ocupada por manifestantes hoje dia 15- 8:00h
Brasília – O
Palácio do Planalto e os aliados da presidente Dilma Rousseff aguardam com
ansiedade e um certo temor as manifestações programadas para hoje.
Internamente, nas reuniões do conselho político – formado pelos ministros mais
próximos à presidente Dilma Rousseff e que foi ampliado ao longo da semana –
uma terapia para acalmar os ânimos é repetir, como um mantra, que todos os
governantes viveram momentos difíceis. “O que precisamos é de calma e evitar
que o caldo entorne após este domingo”, disse um interlocutor ministerial.
x-líder do
PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) disse que um dos objetivos, a partir de
agora, é mostrar que “a oposição não tem propostas para o país”. Para Teixeira,
ao apresentar uma lista tão longa de queixas no dia de hoje – contra a
presidente, o ajuste fiscal, a corrupção, em defesa do impeachment e até mesmo
de um novo golpe militar –, os oposicionistas comprovam que não têm uma agenda
para implementar caso voltem a ser governo.
A avaliação
de Teixeira, contudo, inclui também um mea-culpa em relação ao PT e ao
Planalto. “Precisamos ouvir mais o que as ruas têm a nos dizer, com humildade.
E saber interpretar as mensagens que virão da população. E, a partir daí, agir
mais como bombeiros do que como incendiários para desanuviar o ambiente
político brasileiro”, defendeu ele.
Embora o
discurso político de enfrentamento esteja presente em diversas intervenções –
como as palavras infelizes do presidente do PT fluminense, Washington Quaquá,
defendendo a “porrada” contra os adversários do governo –, internamente a
análise é de que o momento não é fácil. “O governo perdeu a confiabilidade
da população. Tem gente que vai hoje às
ruas para se manifestar e não teve qualquer mudança na própria vida. Mas conhece
alguém que perdeu o emprego ou alguém que protesta contra a corrupção. E vai na
onda”, disse um petista.
Humildade
Outro integrante da Executiva Nacional do PT afirma ser fundamental que a
presidente Dilma e seus ministros mais próximos calcem as sandálias de São
Francisco e passem a adotar uma postura mais humilde. Os petistas têm reclamado
muito da falta de diálogo com a presidente e com o centralismo decisório nas
mãos do chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante. “Mas não dá para
cobrar humildade da Dilma. A primeira eleição que ela disputou foi para
presidente, e ela venceu. Quem tem de ser humilde é o Mercadante, que tem
experiência parlamentar”, cobrou o correligionário.
O deputado
Danilo Forte (PMDB-CE) admitiu que o resultado das manifestações de hoje será
um divisor de águas para o governo. “Eles (a oposição) e nós (governistas)
esperamos para saber o real grau de insatisfação da população”, disse ele. O
senador Romero Jucá (PMDB-RR) acha que, inevitavelmente, a presidente Dilma
terá de conversar mais. “Em política, todo mundo erra. Se você conversa, erra
menos. Se ouvir quem sabe mais do que você, erra menos ainda”, provocou Jucá.
Fonte: Metzker - Coruja do Vale
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