Ao considerar a crise econômica como a “mais grave de toda
história do Brasil, como República Federativa, desde 1889”, o presidente da
União Brasileira de Municípios (Ubam), Leonardo Santana, em entrevista à Rede
Brasil, disse que teme uma convulsão social sem precedentes, devido à
instabilidade governamental, a falta de credibilidade da classe política, a
insegurança jurídica e a “pirotecnia e campanhas publicitárias” usadas nas
ações da justiça brasileira.
Leonardo destacou que nem suporta mais assistir a um
noticiário nacional, que, segundo ele, trás o mesmo conteúdo de todos os dias,
onde se priorizam dados alarmantes, o aumento acelerado do desemprego, as
operações policiais e prisões que são feitas sempre à luz de câmeras que nem
deveriam estar presentes, parecendo mais um “reality show”, enquanto o Brasil
agoniza, levando mais de 12% da população ao desemprego, famílias que não
conseguem mais comprar o básico para sobreviverem, ameaças de greves em quase
todas as categorias, crime organizado aterrorizando pequenas cidades e grandes
centros, num momento delicado em que todas as classes sociais deveriam agir com
tolerância e deixar de pensar só nos seus interesses.
“Os que possuem altos salários e remunerações vitalícias não
pensem que estão imunes à situação, pois se a corda arrebentar todos serão
derrubados, pois há uma forte retração da economia, enquanto a classe
privilegiada pensa somente na divisão de cargos, continuando com o mesmo luxo e
prepotência de sempre. Cada um com seu interesse e pra eles a nação é o menos
importante”.
Leonardo lamentou a situação de seca que aflige os
municípios da Região do Semi-Árido, que abrange os Estados do Nordeste e de
Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, onde esteve recentemente para expor o
seu projeto de instalação da Zona Franca do Semi-Árido e divulgou dados sobre a
precariedade geral que pesa sobre as administrações públicas municipais, das
quais 40% não terá como garantir o pagamento do décimo terceiro salário dos
servidores e a dificuldade de se equilibrar as contas públicas.
“Esse é um momento de reflexão, de todos pararem um pouco e
pesarem suas responsabilidades. Se absterem dos interesses pessoais, pensarem
no Brasil como todo, desmanchar os palanques eleitorais e as mesquinharias
político-pardidárias e formar uma corrente de união nacional, permitindo que o
Brasil volte a crescer, mesmo que seja necessário um novo processo eleitoral
geral, como forma de se mudar os atores que fracassam na pífia tentativa de
mudar o país”. Finalizou o presidente da Ubam.
Assessoria - Ubam
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